"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

(Bertolt Brecht)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Notas do processo_21 de Janeiro_Níveis de Contemplação

Um aprofundamento nos níveis de contemplação. Partindo da obra de Velásquez propomos um mergulho no universo de possibilidades do olhar. Um grupo que interpretanto um grupo escrevesse um texto quase realidade, contando a história de um grupo que interpreta um grupo.

"Isso é surreal meu amigo!"
"É! Parece uma peça de teatro"
(texto do espetáculo)


"La Familia de Felipe IV"  ou "Las Meninas"
Óleo sobre tela: 3,18 x 2,76 mts.
Pintura Espanhola (Século XVII)
Diego Velásquez

 

Este quadro foi pintado  por Velásquez durante sua fase chamada "La Familia",
onde o artista representava cenas do cotidiano.
 Na cena, a jovem Margarita, da Áustria, encontra-se cercada
por sua pequena corte de damas e empregados.
Não é um quadro estático, mas uma cena em movimento,
 onde  também estão os reis. Onde? Refletidos no espelho, fazendo pose,
exigindo mais um retrato de Velásquez que, empertigado frente
ao grande cavalete (à esquerda) simula copiar o casal de soberanos.
É o último e mais belo de todos os seus auto-retratos.

A cena transcorre dentro de uma estância do Alcázar de Madri,
decorada com uma série de quadros. Os personagens se agrupam em um primeiro plano juntamente com a figura principal,
a infanta Margarita, que ocupa a parte central do grupo;
a seu lado, Isabel Velasco e Agustina Sarmiento
 - las "meninas" - junto a esta última os irmãos María Bárbola
e Nicolás Pertusato perto de um mastím que descansa
com os olhos cerrados.

Atrás deles, na penumbra, aparecem Marcela de Ulloa
e, segundo algumas fontes, Don Diego Ruiz de Azcona.
Na esquerda se encontra a figura de Velásquez com seus
instrumentos de trabalho em frente de um grande cavalete que ocupa  o
ângulo do quadro.

No fundo da habitação, junto a uma porta aberta, encontra-se Don José Nieto
de Velásquez, camareiro da rainha, que é o centro perspectivo da obra.
Ressalta na parede de fundo um espelho onde aparecem refletidas as figuras dos reis Felipe IV e Mariana da Áustria.

   Esta pintura, de 1656, ficou nas dependências do Alcázar
de Madri até o incêndio de 1734.
  Voltou ao Palácio Novo edificado sobre o solar incendiado.
   Veio para o  Real Museu de Pintura e Escultura (atual Museu do Prado) no
começo do século XIX, com obras procedentes da coleção real.
 A pintura teve vários nomes, mas no Museu do Prado,
no catálogo redigido por Pedro de Madrazo, em
1834, a obra foi chamada pela primeira vez "Las Meninas"
- expressão de origem portuguesa com que se designava
as acompanhantes de crianças reais no
século XVII.
 
      A harmonia e a disposição das figuras é perfeita, a luz que banha a
sala parece difusa, refletida, como deveria ser a luz para a
execução de uma boa pintura. O clima é tranqüilo e a menina, a princesa,
ainda muito jovem, com cinco anos aproximadamente, está muito concentrada em algo externo ao quadro, a ponto de negligenciar o gesto
da dama de honra que lhe oferece algo para beber.
 
 
 
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Trabalhos expressivos sobre o tema:
 
1 - Michel Foucault, As Palavras e as Coisas, Portugália Editora,
Lisboa, 1966,
 
2 - O ensaio "Las Meninas, uma fissura no tempo" é parte integrante
da dissertação de mestrado defendida em maio de 2003 por  Ricardo Coelho. 
 
Fontes:
 

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