"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

(Bertolt Brecht)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Notas do processo_11 de Julho_Coptação


Lembram da Professora Amanda Gurgel... Taí a resposta dela para o prêmio... A Coptação com estilo... é isso! 


PARA REFLETIR!!!! 

Por que não aceitei o prêmio do PNBE

Oi,

Nesta segunda, o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai
entregar o prêmio ?Brasileiros de Valor 2011?. O júri me
escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio.

Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e
expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha
luta é outra.

Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o
papel de organizações e campanhas que se dizem ?amigas da
escola?.

Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o
prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, ?pela relevante
posição a favor da dignidade humana e o amor a educação?. A
premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo
dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida
de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a
escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do
trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de
trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do
Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número
de professores talentosos que após um curto e angustiante período de
exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de
vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é
destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo
de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi
antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor
Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a
empresários da educação. Em categorias diferentes também foram
agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura
Cosméticos, McDonald?s, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a
políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon,
Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e
personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da
rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de
qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do
Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação.
Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que
norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de
1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado.
Assim como o movimento dos professores sou contrária à
mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo
PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável
de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada
por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser
administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola
e às chamadas ?organizações da sociedade civil de interesse
público? (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever
para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado
exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas.
Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se
autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas
apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de
negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo
significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando
ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente
privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da
internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de
trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham
comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar
com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários
da educação.

Saudações,
Professora Amanda Gurgel

"Com as víceras, com o estômago..."

Composiçao de personagens. Detalhes. Busca. Detalhes. Busca. Resultados. Face. Voz. Olhos. Ar. Detalhes. Busca. Ator.



O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Retirado de:

Carnaval na cultura

Quem quer piscina de bolinha?


Políticas culturais?

Dionísio um personagem

"Que nome oportuno garoto.
Teatro físico. É isso que o povo precisa.
É Heiner Muller nas periferias."
(trecho do espetáculo)


Aos 4:52:
"Rapaz você é um artista de uma grandeza... ...é impressionante oque você nos mostrou..."
Mera coincidência Heiner?

Heiner Muller


Para Fazer Sucesso

Romulo Fróes

Para Fazer Sucesso
(Guilherme Held / Romulo Fróes / Nuno Ramos)


Para fazer sucesso faça uma greve de fome
Para saber meu preço, olha como o bicho dorme
Para espalhar meu nome a água como a nuvem chove
E por saber de cor a cor do dia a gente foge

Para tocar no rádio, estádio e a praça a gente vai
Manchete de jornal, bossal, a grana, o fruto cai
A luz da foto vem do sol e o sol também é foto
Tv você me vê ao vivo entrevistando um morto


Eu sou um resto que eu detesto de um projeto cultural
Imobiliário, financeiro, otário quase oficial


Queima a casa onde eu nasci
Queima a cinza dessa casa
Queima, queima, queima,
Para de contar migalha, para de cantar
Põe as coisas no lugar,
Guarda o fogo na fogueira
Porque o fogo é o teu lugar.